sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Teu Corpo é Verso


Ele sorria enquanto me dedilhava;
Enquanto me sugava e
Eriçava-me com seus pelos.
Ele sorria enquanto eu me despia e
Desfazia-me em verso...


Ele ficou em minha roupa,
Em meu cabelo,
Em minha pele...
Como um poema que por força,
Fica na memória enquanto não for escrito.
Ele ficou-me.
Sabe lá Deus quando vai deixar-me.

Rayane Medeiros
Poetisa

Por quanto tempo te amarei


Por quanto tempo te amarei?
Não sei,
O tempo não me fala a verdade,
Não me mostra os fatos,
Não me fala ao coração.
Por quanto tempo te amarei?
Não sei,
Vivo buscando sonhos,
Recriando versos,
Em noites frias de verão.
Por quanto tempo te amarei?
Não sei,
O barco segue rumo ao sul,
O peregrino rumo ao norte,
E nossos caminhos nada seguem,
Nesses passos,
Tantos espaços,
Rasos,
Lados,
Vácuos.


Suziany Santos
Poetisa 

Emoldurado


Esperei cada segundo passar,
como se fosse mentira.
Agora estás longe,
minha menina.

Foi embora tão rápido,
e vai demorar a voltar.
Será que voltará?
ou nada acontecerá?

Esperei um último beijo,
não pareceu tão apaixonado.
Não sei se queria,
pareceu forçado.

Você sempre esteve aqui,
agora foi embora.
Eu não vi enquanto podia,
agora quero me embriagar no teu cheiro.

Acordar sem ter tua voz no ouvido,
logo cedo fica tarde.
E a solidão me bate,
espanca-me como covarde.

Esperei tampouco por tudo,
e agora o tudo eu perdi.
Procurando sentir o pouco que sobrou,
ainda sim não compreendi.

Me emoldurei num quadro pra te dar,
mas antes disso me quebrei sozinho.
Senti o gosto de estar abandonado,
e não quis me acomodar.

Agora tenho medo de não voltar,
e ficar sempre do lado oposto.
Apostando em outro rosto,
abusando outros sabores.

Sentirei saudade,
e vou me viciar nisso.
Mesmo que eu fique sozinho,
talvez eu me desfaça de tudo.

Esperei tanto por isso?
e tudo isso aconteceu.
Como eu menos imaginava,
um cordel sem meio...

A poesia mais pura,
solitária e batida.
A solidão me batendo,
espancando-me com minha própria dor.

Abraão Da Silva
Poeta

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

O brigado


Ao brigado
ficou obrigado que
dirá sempre “obrigado”
a todo corpo que lhe for útil.
Mas é ele brigado com o corpo que lhe deram
e não vê aos outros senão como cadáveres.
Porém não sabe ele o que é corpo,
desconhece anatomia e
rejeita qualquer gesto
obrigado.

Felipe Conti
Poeta

Desejo físico da alma


Desejo do corpo.
Necessidade da alma.
Tortura consentida...
Uma coisa boa que me fez mal
Algo ruim que no fundo me fez muito bem
me fez viva
me fez livre
O bem e o mal
O certo e o errado
O sim e o não
O doce e o amargo
O remédio e o veneno
A fatalidade da dose errada
Faltaram doses de você
Sobraram doses de bebidas
Existe saudade, mas não há tristeza...
O amor é sublime demais para ser substituído por sofrimento!

Simone Genuíno
Poetisa

90's

Acordo
o dia novo, como pássaro,
novinho.
Passarinho.
Cantando sozinho sem
medo que haja chuva.

A chuva
virá.

E mesmo que haja chuva,
há essência em cada gota
que goteja a testa,
que escorre em
metros e metros
de juízo anos 90
e, por fim, se esvai com
classe e ventura.

E então há música.
Há sorrisos e não mais
lamentações,
piegas ou vãs.

O sol queima.
O cigarro.
Dois ou três trocados.
E o disco daqueles Baianos
até que cairia bem,
sem gelo.

Pêaga Rodrigues
Poeta

terça-feira, 24 de setembro de 2013


Sorte,
questão de entropia e de coincidência...
a melhor consorte,
virá do estado de espirito e de sua crença.

Sorte,
licença poética sem qualquer evidência...
o melhor porte,
fará de ti herói pra que sempre vença.

Sorte,
metafísica, divina ou mística cosmogonia...
a melhor fortuna,
trará do caos toda a graça que seja oportuna.

Sorte,
sem propósito, imprevisível e incontrolável...
o melhor norte,
irá sempre ao lugar que lhe pertença.

Sorte,
encontra da oportunidade com o capacitável...
a melhor morte,
findará com tudo quando acabada sentença.

Sorte,
não pode ser explicada... é inefável.
O melhor turuna,
levará-a, ao atentar-lhe para sua tribuna.


Willie Malàvolta E Silva

Poeta

Renascer


Saio a caminhar pelas ruas sem saber pra onde vou
O vento me leva,
E pela primeira vez em muitos anos,
Deixo o sol tocar meu rosto.

Pés na estrada, incertos,
Porém, os passos de agora são bem firmes.
Me solto e me aventuro pelas ruas,
E vou por aí, sem destino.

Apenas caminhando,
Sem querer parar,
Com meus passos guiados pelo sol,
Pois não temo mais a luz
E não preciso mais esconder meu rosto.

Saio finalmente das sombras
E contemplo a luz do dia,
No dia mais ensolarado,
O sol mais iluminado
Que já vi.

O dia em que vesti-me de mim
E quis sair por aí,
Das trevas libertado,
De ilusões alforriado,
O dia em que renasci.

Já não me assombra a incerteza,
Já não enfrento a correnteza,
Apenas me solto por aí
Me afastando das lembranças
Daquele dia em que morri.


Conselhos


Escreva
Sobrescreva-se
Crive-se de palavras
E não deixe que lhe recitem no tom errado

Não deixe que atribuam profundidade ao que é apenas o seu lamento
Não deixe que lamentem a sua falta de rimas
Aliás, rimas são desnecessárias
Rimas não existem, elas apenas lhe farão sofrer
Não há quem rime com você, isso é certo, aceite

Aceite julgamentos
Mas dispense ovações, eles provavelmente não sabem do que falam
Você não é tão bom assim

Seja sujo quando necessário
Mas perceba que isso não basta para que nasça um bom texto
Um bom texto escorre das suas veias para o papel
Um bom texto nada mais é do que uma hemorragia
Um suicídio

Suicide-se em cada estrofe
Renasça na comoção.

Kauê Pereira
Poeta

Metrópole

Diante das coisas dessa vida,
lívida, incorpórea
corre indiferente a história
aquela muitas vezes batida
dos protagonistas
coadjuvantes
espectadores
personagens da vida irreal
sem vocação ou roteiro
sem platéia ou manual.

Além da visão cristalina
de fibra, da sociedade em rede
pós-moderna e niilista
atomista e subversiva,
estreita-se a comunhão
das solitudes, das agruras,
dos que as compartilham.

Por trás do vidro embaçado
da repartição lotada
com a fila extenuante,
o funcionário espantalho
com seu traquejo esquálido
faz funcionar consonante
o sistema funcional
sufocante.

Sobre a cidade que engole
regurgita e descarta
tal qual dejeto industrial
abjeto e superficial,
pesa um céu de chumbo
dióxido e estanho
acima do concreto, um ser estranho
estranha-se:

_Do alto
do arranha-céu
só se vê
asfalto!

Bruno Radner
Poeta

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

O nascer da estrela



Somos grandes,
Maiores que os nossos próprios erros.
Somos imortais,
Maiores que a própria vida.
Não se esconda de mim,
Eu sei ler cada gesto e cada olhar...
Não importa o que eu diga,
Meu silêncio te faz refletir sobre a vida;
Sobre o universo e sobre quem somos.
Desvendei as passagens secretas pro seu coração,
Não há mais segredos.
Já não dá mais pra esconder,
Nem disfarçar o que grita o peito.
Somos fusão nuclear,
Queimando a milhões de graus;
Somos estrela,
E acabamos de nascer. 

Jedaías Torres
Poeta

Estação bala



Primavera ela era...
Coloria, perfumava, reluzia os dias.
E com o seu sol, regava 
- com o mais belo ouro 
Os jardins

Agora, é só uma estação bala
Que trespassa 
O âmago do tempo.

Sousa Neto, 
Poeta.

Erro crasso


Não há solução poética para dor alguma.
Repito: não há solução poética para dor
e também não há suporte em lugar nenhum.
E o poeta, desacanhado, toma as dores alheias
e peca gravemente, pensando suportar os ombros.
Sem resposta alguma, nem paz. Nada, agora.
Deseja sair, mas está amordaçado
e seus goles de uísque escafederam-se:
está sóbrio.

Felipe Conti,
Poeta.

Edja


Se alguém deseja conhecer-te,
que procure aquela mais luminosa
dentre todas as pessoas iluminadas.

Aquela do sorriso mais sincero,
singelo e escandaloso,
como a flor que tão logo desabrocha,
padece, e nos deixa desejosos
de sua beleza.

Se alguém deseja conhecer-te
que indague pela gentil alma
que habita no labirinto
do olhar mais deslumbrante.

E se alguém tiver o vislumbre
da grandeza que teu corpo encerra
mesmo na pequeneza das formas,
será tocado amiúde
pela riqueza de um ser único.

Bruno Radner
Poeta

Praga


Ele ficou em mim,
E é certo que nunca saia.
Ficou como uma praga;
Um verme a revirar a carne morta.
E estridente, ri das bocas que me devoram;
Das juras mais impuras;
Do meu corpo abrigo em lençóis mundanos.

Ele ficou em mim, 
Não como uma paixão incurável,
Mas como o conto que um dia reneguei
E hoje o mendigo, ao primeiro que me teve afeto. 

Rayane Medeiros
Poetisa 

Teu corpo ou Ode à Solidão


Para M., um poema necessário.

Teu corpo é senda, solidão,
Estrada de amanhãs não percorridos,
Tempos fugidios, lábios sofridos,
Doce plenitude, céu e trapézio espiritual...
Teu corpo é chama – fogo, é um animal
A galopar na alma em puro abismo.

Teu corpo é caminho, veredas bifurcadas,
Corpo de plena carne devorada,
Sangue e suor, minha ferida aberta,
Chagas de mim – ancestrais e quimera...
Minha ilusão no corpo ressentida,
Corpo e corpo – carne amiga.

Teu corpo é mais que um corpo –
É sideral caminho de estrelas –
É corpo num corpo todo,
Estranha forma de areia...
Lembrança em noite esquecida,
Corpo de febre enternecida...

Chama de amanhãs nunca vistos,
Luas de noites inexploradas,
Sóis nos olhos – pupilas dilatadas,
Sonhos vorazes engolindo versos,
Senhas da morte, da vida em ternos
Símbolos – nuvens enfileiradas.

Corpo do corpo – mais que um ser,
Sombra na tarde quase morta,
Mistério atroz, essa inglória
Morada do teu viver...
Corpo de nós – e no outro, tão sereno
Dilema ancestral do corpo intenso...

Mário Gerson
Poeta

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Adeus


E eu que declamei poesia
E jurei amor nos becos em seu nome
Vejo o quão tola fui
De acreditar num amor que não passou de uma lenda.
Pois enquanto eu te amava
você se enrolava em lençóis avulsos
E se perdia em outros corpos na dança do gozo.
Enquanto eu gritava te amo ao mundo,
Você gritava de prazer num quarto.
Agora não me venha com amores nem com dores.
Já não me interessa mais nada
Nada mais faz sentido em anos eu te amei diariamente
Em uma noite te perdi para sempre.
Adeus.


Ariany Do Vale
Poetisa

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Desejos


Corre um arrepio na espinha
Ao imaginar tê-lx despidx em meus braços.
Tempo que eu possa me deleitar e encantar nas ondas do seus corpo.
Sentir a pele morena e macia que suada do desejo fica.
Somos amor, sexo e poesia.
Somos o desejo, a saudade e a euforia de ser um "nós".
Somos o prazer em arte no meio da cama,
Somos o grito ofegante que clama.
Somos o pulso, a vibração e o gozo de quem ama.

Ariany Do Vale
Poetisa

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

E aí?


Às vezes ele parece que me ama.
Outras, parece que me detesta!
E eu fico nessa,
De não saber se vou ou se fico.

Eu piro!

Rayane Medeiros
Poetisa

terça-feira, 17 de setembro de 2013

Tempestade em mim


A poesia caia como chuva
era forte e batia com força
os pingos da chuva
eram versos de amor
da janela eu via as gotas
que caiam sobre o chão
formando frases
que eram lidas como trovões
faziam vibrar o coração
enchiam o ser de assombro e fascínio
desejei estar na chuva
me molhar com seus versos
beber do seu amor
desejei voar
mostrar que não tenho medo
dos seus raios e trovões
porque no fundo sabia
toda tempestade tem um fim
não vou recuar.

Jedaías Torres
Poeta

(Des) caminho



Ontem a vi passar por mim,
entre pessoas tantas, sequer percebeu-me
ou se o fizeste, fingiste.
eu, porém, não pude seguir
indiferente
tendo-a tão perto, incapaz de resistir
ao deleite.

tristes daqueles
cujos caminhos se cruzam
e permanecem distantes
visto que tão ermos outrora
jamais serão como dantes

ontem a vi passar por mim
e me fiz sua sombra
persegui seu aroma
mil devaneios vivi
quantos calafrios senti!
ontem a vi passar por mim
e saiba que até o rumo perdi.


Bruno Radner
Poeta

A mais virgem das mulheres


Cada uma é virgem do que pode
Ela era dos olhos.
Os olhos eram só seus, seu corpo era do mundo
Mas ela era a mais virgem das mulheres

Lia Pessoa por gosto
Bukowski, para o melhor exercício da profissão
Mas o que lia não importava
O que importa são as histórias que as unhas escrevem em suas costas
O braile do branco seco em suas roupas

Isso importa, isso sim é poesia concreta
Concreta. Dura.
Arranha se você tem a cara esfregada nela
Poesia c-o-n-c-r-e-t-a
O Pulsar que ela conhecia era outro.

Ela era a mais virgem das mulheres
Virgem de olhos, mulher de tudo.

Kauê Pereira
Poeta

La Muerte Del Espiritu


Devagar,
sem nenhuma pressa,
dorme enquanto é tempo.
Sangue,
derramado, escorrendo pela escada,
devagar, a muito tempo faço nada.

Silêncio,
o sonho começou,
é hora de acordar.
Luzes,
câmeras preparadas,
mas não tem ação.

Juntos,
vamos procurar a dor,
e curar com esse amor.
Amor,
é difícil existir, mas é fácil,
fácil de destruir.

Abraão Da Silva
Poeta

Acróstico de Mariana


Mais do que tudo que eu sempre sonhei, Antes de qualquer amor que eu senti, eu Ria da minha própria tragédia, Imaginando encontrar alguém como você. Agora que te encontrei, Não consigo me imaginar vivendo sem você. Amar você é a minha maior recompensa.
Já não sei mais se existe, Um lugar melhor que em seu abraço: Leve, forte, aconchegante; Intrigante, gostoso, amoroso... Oh não! Não existe lugar melhor.
Tenho uma longa vida pela frente, Em situações que quero estar com você.
A vida nos uniu, Mas não quero que ela nos separe, pois, Amar você é a melhor coisa que veio a me acontecer... Júlio Romão Poeta

Fel

VAN GOGH (Tristeza, 1882)

Dos amores que jurei eternidade;
                   Que rejeitei;
Dos que jamais tive;
Ficou-me a impureza cravada no peito;
Marcada a ferro na pele.
E mesmo que lavada,
                     Retorcida,
Já não alveja.

Do amor que anseio,
E talvez jamais o alcance,
Revisto-me em fel.


Rayane Medeiros
Poetisa

sexta-feira, 6 de setembro de 2013


Algumas situações precisam de tempo,
tempo para parar de latejar, sangrar...
tempo para se acostumar,
tempo para definir o que de fato é verdadeiro e o que é apenas empolgação.
Grandes problemas se transformam em pequenos impasses quando damos a eles o tempo necessário para amadurecerem
e se transformarem no que de fato são...
Às vezes não são nada.
Às vezes, ele é que não é nada.

Simone Genuino
Poetisa

Poeta (Escravo) Da Solidão



Não sei por que meus medos infantis,
Voltaram a me atormentar.
Não sei por que as minhas noites vis,
Insistem em me maltratar.

Achei que conseguiria viver,
Em um mundo que não fosse o seu.
Achei que queria morrer,
Para encontrar o descanso meu.

Poeta da solidão,
O que se passa com você?
Poeta escravo da emoção,
Por que desejas morrer?

Por quantas noites ainda hei de sofrer,
Sem o teu toque; sem o teu carinho?
Quantos anos ainda terei de viver,
Para ter que morrer sozinho?

Meu coração está queimando
Como o fogo do inferno.
Continuo te amando,
Seja verão, ou inverno...


Júlio Romão Barbosa Neto
Poeta

Anjo


Anjo do pecado guie-me pela perdição,
Guie-me pelo vale da mais profunda ilusão.
Leve-me por caminhos sem volta e sem saída,
Mostre-me coisas que jamais eu veria na vida.

Anjo, diga-me em silêncio sem se preocupar,
As coisas mais sórdidas da vida sem exitar.
Fale-me sobre tudo aquilo que foi sodomizado,
Por pessoas inocentes e te deixaram assustado.

Faça-me sentir a luxúria e o desejo na escuridão,
Mostre-me o prazer que muitos renegam por auto preservação.
Leve-me ao ápice do prazer e da luxúria,
Deixe-me ver o que faço com apenas uma fagulha.

Anjo leve-me por caminhos jamais imaginados,
Apresente-me coisas nunca resistidas pelos tentados.
Ensine-me todos os segredos da obscura tentação,
Mostre-me os prazeres da carne e da pura perdição.


Junior Ramone,
Poeta

História Romântica


Não sei mais o que falar,
mas sei o que aprendi.
Aprendi o que não há,
nas revistas e gibis.
Hoje passou rápido,
amanhã nem vai chegar.
Quanto medo se passou,
e ainda estávamos lá?

Eu ouvi minha voz dizer,
que nada ia mudar.
Mas tudo muda uma hora,
não só uma hora boa, mas uma hora ruim.
Eu ouvi ela dizer: "Você nem tentou",
não tentei com medo, isso te machucou.

Esperar é tão cansativo quanto nada,
e nada nunca me disse o que tinha de dizer.
Eu tive que esperar minha mente crescer,
e acordar pra poder entender.
Que nada ia ser como li num livro infantil,
tudo ia ter dificuldade diferente dali.
Isso me fez acordar e ver o quanto fui ruim,
só pra saber o quanto fugi de mim.

Vi tudo outra vez passando por mim,
esperei o silêncio ficar ruim.
Desperdicei meus sonhos e destruí tudo,
esperei tudo ficar ruim.
Esqueci de fazer o certo de novo,
e todo o certo foi embora.

Abraão da Silva,
Poeta

quinta-feira, 5 de setembro de 2013


Rasgar tua carne
Te devorar
(Devorar arte)
Banquetear-me do teu cheiro
Embriagar-me do teu charme
Fazer do teu corpo
(Perfeição)
A refeição da minha alma (Inspiração)

E que nossas roupas no chão sejam as únicas silenciosas testemunhas de tal sacrílega comunhão...



Álesson Paiva,
Poeta

Amor ao vento (ou Aquela Conversa)


Às vezes perco as estribeiras
e quero amar mais do que posso
mais do que cabe em mim

eu sou assim
uma mapa pra não se sabe onde
com o corpo aqui na terra
e a cabeça nas estrelas

não me procure nas certezas
eu não vou estar lá
talvez você me ache no caos
das minhas palavras
ou no amor que eu espalhei por ai
ao vento
nos becos


Jedaías Torres,
Poeta

quarta-feira, 4 de setembro de 2013

O que eu quero do tempo



Mais espaço para coisas boas
Mais sorrisos pela manhã
Mais cheiro de jasmim
Mais pedaço de cetim
Mais domingos de chuvas
Mais tardes de verão
Mais lua em minha rua
Mais violas em meu sertão
Mais verde nas matas
Mais meninos brincando no ribeirão
Mais amor em terra firme
E menos dor em meu coração.

Suziany Santos,
Poetisa

O que é o Céu?


O que é o Céu?
É onde encontramos o véu das cores,
Os sorrisos dos amores,
E o trajeto a caminhar.

É onde encontramos o florir das flores,
O alvorecer dos pormenores,
Em que tudo há de se celebrar.

Uma beleza infinita,
Em que várias vidas,
Não seriam capazes de relatar.

Um repousar eterno,
Alegre e Sereno,
De que os infernatos nunca poderão se vangloriar.

Artur C. Carvalho
Poeta

Esmo


És no bar,
esnobar.
No bar,
a esmo!


Diniz Lincoln Breno
Poeta

Trilhas no Vazio


Seguindo um caminho
Onde devo chegar 
Será que alguém me espera?
Esse um dia eu chegar

Será que vou gostar
Continuo seguindo esse caminho
Porque será que sigo ele?
E porque me pergunto porque?
Não sei onde vou 

Só vou seguindo esse caminho 
Com minha indecisão
Fazendo escolhas 
Será certas ou erradas?

Quando vou chegar?
Porque não desisto?
Essas tantas perguntas
Não sei responder
Só sei que continuo seguindo esse caminho

Rodrigo Albert
Poeta

Fantasmas


Na escuridão da casa,
flertando com o barulho da rua,
desejou um homem entre suas pernas,
lhe arrancando arrepios
com a profusão da barba
contra sua epiderme.

Na escuridão de seus fantasmas,
Absteve-se.

Rayane Medeiros,
Poetisa

terça-feira, 3 de setembro de 2013

Ao inferno!


Ao inferno, pois te digo agora:
Ao inferno tudo que me prende ao abismo de querer bem!
Amor é erva maldita que mato antes de enraizar;
De me matar!
Os bares sim, é que são meu reino -
Os bebuns,
Os solitários,
Os vadios...
Esses me compreendem;
Me instigam;
Me inspiram!

Ao inferno o amor,
ao inferno!


Rayane Medeiros,
poetisa

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Vazia de mim


Fiquei-me nas bocas em que beijei efusivamente;
Nas pernas em que me subverti;
Nos lençóis com quem compartilhei mentiras...
Hoje, vazia de mim,
Escarro versos.

Rayane Medeiros
Poetisa