quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Um poema aos tempos passados


Sob a chama de uma vela
Que queima sem pressa
Confidenciamos nossos enganos,
O aborto dos nossos planos
E partilhamos esse nada que nos resta.

As garrafas vazias no chão da sala
Nos contam do silêncio
Que ecoa pela madrugada.

Somos vermes mutilados.
Dois vermes embriagados.
Dois loucos apaixonados.
No amor derrotados.

Partilhamos da mesma sina,
Amar foi nossa ruína,
Dentre o que a muitos abomina,
Encontramos nosso lugar.

Carregamos o mesmo fardo.
Dois malucos fracassados.
Entre dois mundos cruzados,
Buscando ao que chamar de lar.

E quando o vinho acaba,
Quando a esperança finda,
A morte nos olha à face
E até parece bem vinda.

Morremos todas as noites
Por nossas paixões perdidas.
Trocamos a juventude
Por lágrimas, fracassos,
E algumas garrafas de bebida.

Vivemos num mundo sem sorte,
Pois ninguém chorará nossa morte
No triste fim desta vida.

Ellen Dias & Lucas Nathan,
Poetas.

Poema da espera


Te espero
Do fundo da cafeteria
Da última mesa da cafeteria
Observo o entra e sai de pessoas
Atento a sua chegada.
Te espero
Teu perfume se destaca
Entre os perfumes de café.
Você enfim chegou.

Alexandre Filho,
Poeta.