sábado, 11 de junho de 2011
À menina que passava na rua
Vinha como visão
E para o meu deleite
O tempo ficou parado
Ela então me roubou
Com flores
Flores por toda a parte
No vestido estampado dela
No cabelo perfumado delaSem querer, um sorriso
[Sorriso pedido de casamento]
Eu sorri pra ela
As que vêm e que vão
Que dançam, choram, riem, engolem taças de gim
Que excedem, que a tragos o sono afugenta
Que não olham pra trás, não rotulam “bom” ou “ruim”
As que preferem os cabeludos
As que jamais dispensam carecas
As que calam, que soltam gritos agudos
As que não vestem calcinha, que despem cuecas
As que incomodam as moralistas
As que para os maridos destas
Servem de analistas
As que se drogam e rezam após as festas
As que vivem por aí, se é que vivem
As que morrem por aí, se é que nascem
As que só dizem sim, que nunca dizem não
As que vêm e que vão
Aprendizado
O eu lírico se cansou de sofrer
E então o poeta voltou à cena
Enxugou aquelas lágrimas,
Acendeu uma vela,
Pegou papel e caneta, e voltou a escrever.
E eis que naquela noite,
Aquele corpo mórbido
Aos poucos se foi recompondo.
O eu lírico cansou de sofrer!
E em cada palavra que expulsava de sua garganta,
Aos poucos,
Reaprendeu a viver.
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