sexta-feira, 31 de maio de 2013

Àquele Moço




Nem imagina Moço,
Mas penso em você, às vezes,
Em dias frios, sobretudo,
Quando meus pés já não alcançam os seus,
Quando nossas conversas ecoam em noites silenciosas
E meus labirintos lamentam famintos tua ausência.


Você me faz falta Moço,
Não o quanto gostarias,
Mas fazes,
E invade meus espaços inadvertidamente,
Como um gatuno que ao cair da noite fica à espreita
Para em casas alheias tornar-se Senhor do Mundo.


Sabe Moço,
Hoje vejo que não foi a escassez de amor que nos distanciou,
Mas sim o excesso
Que nos consumiu,
Nos sufocou,
E por fim nos desfez.


Me pego a interrogar-me Moço,
Como seria tê-lo novamente em meus braços,
Saborear as alegrias perdidas,
As juras de amor nunca pronunciadas
entre lençóis, aos sussurros,
Num findar-se prolongado.


Não sei não Moço,
Mas quem ama sabe aquilo que sente,
E a dúvida me persegue questionavelmente.
O amor me é uma incógnita -
Não o afirmo que o sinto,
Assim como não o nego.


Estou à deriva Moço,
À deriva!
Tornastes-me a referência entre meu antes e depois.
Não sei se sigo adiante
Ou se para ti eu retomo.
Não fujo, simplesmente permaneço estática.


Mas Moço,
Não Minto,
Finjo ou lamento.
É em ti que penso!

Rayane Medeiros,
Poetisa





quarta-feira, 29 de maio de 2013

Legionário



Assim spero.
Não sei como.
Será; não
sei paronde.
Vou. E sigo.
Na primeira
ordem, luto,
confirmando,
ao primeiro
modo, como
a Fortuna
sempre e tanto
me governa,
sem queu saiba.
Não sei como.
Tudo a mim
falta, tudo
ofereço.
Eu não venço,
sempre luto.
Eu que nada
deixo, que
nada tenho,
neste mundo
que não venço.
Que não tenho.
Tudo a mim
falta, tudo
ofereço.
Sempre luto.
Assim spero.
Assim spero
a Fortuna
ao primeiro
modo, como
sempre e tanto
me governa,
que me mate
confirmando
que por fim,
sempre e tanto,
sempre luto.

Thiago Zanotti
Poeta

Sombra da noite


Bailando - vem -
Sangue no outro
Ventre que esbarro -
Meu único esboço.

Daquilo que foi -
Era, somente -
Meu peito, enxerto
De outro ventre...

Daquilo que era
- E tão friamente -
A doce prudência
Do meu ser infrene...

Daquilo que espaço
Em mim se estendeu -
A sombra da noite,
O seu adeus.

Mário Gerson
Poeta

quinta-feira, 23 de maio de 2013

Sentimentos reprimidos

Desejo descer as profundezas dos meus sentimentos
Você me faz percorrer os labirintos em mim
Mergulhar no fosso de minhas angustias
Chorar ao me ver fraco em frente aos meus medos
Ver meu pulso perdendo a cor
Minhas lágrimas afogando meus lábios
Os mesmos que te beijaram
Que te amaram
Que te falaram as verdades do amor em mim
Agora descrevem a ferida que vc me deixou
Para que te falar?
Para que te tocar?
Para te olhar ?
Se não posso lhe dizer o que sinto por você

Caroline Jorge
Poetisa

Cheiro de saudade

Fizeste questão de deixar teu cheiro,
Agora tudo que respiro é saudade.
Matias Oliveira
Poeta

segunda-feira, 13 de maio de 2013

Fosse...



Se fosse cigarro fumava.
Se fosse cachaça bebia.
Se fosse doença morria.
Se fosse do céu eu voava.
Se fosse do chão caía.
Se fosse do inferno eu pecava,
roubava, matava, mentia.
Se fosse da lua pulava
pra fora da sincronia.
Se fosse da terra voltava,
de lá nunca mais saía...


Bob SA,
Poeta

A morte que antecede a vida



Aqui a guerra se arrasta.
Explosões;
Bombas em mistério.

Império montado,
Malvado e cercado.
Cerca!
Cerca de dois palmos.

A cerca de um delírio
Do encontro consigo.
Olho no olho
Duas facas e uma intenção:
Matar o outro que atrapalha a direção.

Inércia ou coragem?
Decida agora!
Apunhale com precisão.

É breve a chegada do furacão.


Jhonatan Prudêncio,
Poeta

segunda-feira, 6 de maio de 2013

O calcanhar de Aquiles



Andarei
Teus tumultos
(Inspirações e pensares).
Cairei (de joelhos),
Espada e calcanhares...

Serei (inglório)
Tua sombra, alegoria...
Estarei (na carne),
Na mente, histeria.

Mário Gerson
Poeta 

sábado, 4 de maio de 2013

Valsa estranha

Lembra-se meu bem,
daquela valsa estranha
que nos atrevemos a dançar?

Salão cheio
Gente Pomposa
E nós entramos na dança.

Uma valsa estranha!
Eu pisava no seu pé
e você repetia o gesto.

Nossa dança parecia até um jogo
de palavras infantil.
Eu ia pra lá
você ia para cá
eu ia para cá
você ia para lá.

Mas uma lição tiramos
daquela experiência,
nunca nos atreveremos
a dançar
Tango.

Alexandre Filho
Poeta

quinta-feira, 2 de maio de 2013

Eterna infância




Porque querer sempre ser adulto,
Se a alegria está na infância?
Nas brincadeiras sem sentido
Que arrancam sorrisos nas crianças.

Mas brinque com um adulto
Nesse mundo atual,
Se ele não gostar da brincadeira
Pode até ser fatal.

Tantas guerras e conflitos são travados
Porque muitos se esqueceram de ser criança
Só pensando em ser gente grande
E tornando velha e cansada a pobre esperança.

Jéssica Lima
Poetisa

Salto ingrato



Pulei do prédio
Com o guarda-chuva aberto
E vi você mais perto
Do não

E eu cada vez mais perto
Do chão

Fellipo Rocha

Poeta