quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Las noches que no volverán



Esta noche no tiene sus ojos
No tiene su pelo, su sonrisa, sus manos ...
Esta noche no tiene el tango y ni la cerveza
Ni los mimos en la cabeza.
En la cama, la soledad.
Esta noche tendrá, si, ganas
De estar a cerca, estar dentro, transmutación:
La piel, el sudor y el desfrute,
De tocar cada parte
De los recuerdos que dejaste en mi cuerpo,
Pidiendo a quedar en mi corazón.

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Os amanhãs



Que os poemas venham cavalgando sonhos;
Que os poemas venham dissipando planos...
Que me orientem – bússola – para o insano
Interior só meu – interior profano.

Esta sombra que me aparece em sonhos tranquilos
E me atormenta toda a geografia do ser,
Arrasa-me por dentro... É aquilo de que me vingo
No mesmo interior imundo – mundo do não ter.

Se toda a ciência o meu olhar ilude
E se toda a existência paira sobre meu viver,
Entrego-me às horas, à vicissitude,
Ao que me destrói, aniquila o querer...

Todos os amanhãs libertam meus poemas
Como cavalos alados ao amanhecer...
E, então, vejo-a sobre a cela dos dilemas
Que trotam no meu peito – desprazer...

Mário Gerson
Poeta 

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Caminhos


Mensure uma vida,
pense, reflita, ponha na balança.
Por mais que não queira
sua vida só é o que é
por causa do que não foi...

Do que não foi vivido,
do que não foi permitido,
de tudo aquilo que você queria pra se.
Mas alguém olhou e achou que não era pra ser
e nada se pode fazer...

Chega a ser bizarro,
sorrir lembrando como poderia ter sido.
Como seria ter ido pela esquerda ao invés da direita.
Lembrar de algo que eu não vivi,
isso é bizarro, loucura, insanidade.

Mas com certeza teria sido
simples, lindo, chato, cansativo, real, surreal,
mas com certeza acima de tudo... Mágico.
É eterno aqui dentro, lá no fundo, na própria existência
tanto que o seu sorriso completa o meu.

Edson Monteiro Dias 
Poeta

Frustração


Tenho imaginado
Um sonho
De impossibilidades...

Cheio de sorrisos,
Abraços,
Carinhos.

Impossibilidades...
De beijos,
Carícias...
...Sentidos.

Sonhos de amor...
Impossível.

Macely Souza
Poetisa

Poema de ausência


Eu sinto a sua falta...
Eu pensava que não teria problemas pra te esquecer,
Mas agora que percebo que você já não está aqui,
Não admito o fato de te perder.

Por minha cabeça passeiam todas as lembranças
Dos instantes que estive contigo,
E no momento a sensação que tenho
É que levarei cada uma delas ao meu jazigo.

Eu no fundo queria tirar você daqui de dentro,
Mas agora que vejo você se afastar,
Perturbo-me com a estranha ideia
De não mais te encontrar.

Agora que vou perder você de vista,
Não consigo esquecer esse seu sorriso,
Que tantas vezes me perturbou a alma,
Mas que também me abriu o paraíso.

Não imaginei que sentiria tanta dor
Por causa de sua presença,
E também nunca imaginei que sentiria
Tanta tristeza por causa de sua ausência.

Oseas de Góis
Poeta

Carne, sangue e ossos mecânicos


Chorei.
Chorei  e minha visão foi-se turva
Turvos meus olhos fecharam-se
Chorei e, cega, prostrei-me ao chão
Gelado em meu corpo tépido e nu
Chorei desgastada ao chão
E, oh, podia jurar que havia morrido
Podia ter a certeza de que uma morte,
Uma morte solidária
Viera buscar-me
Mas, então, abri os olhos:
Estava viva e tremia.
Tremia desgastada ao chão
Mas podia jurar que
Ao prostrar-me
Uma parte de mim juntara-se à terra
Da qual saiu
Senti algo faltar, algo vazio e morto
Apalpei-me  estava lá
Havia pele, carne, ossos
(E, oh, havia sangue dando vida à terra)
Mas sentia o nada
Sentia o buraco, a falta
Senti que
       Outra vez
Conseguiram
Matar mais um pouco de mim.
(E o que restou continua como morto...)

G.

Coração


Calma, não se assuste!
Vamos, acompanhe-me nesse momento.
Cabe uma xícara a mais aqui.
Delicie-se com os suaves sabores
De uma nova porção de beijos e carícias.
Lembre-se de voltar amanhã.

Adriana Cruz
Poetisa

No more blind


Que o terror nos faça enxergar além
Quando estou contra a parede
Muita verdade se vai, novas verdades vêm,
No fim, tudo é o que sempre foi
Com um nova roupagem, uma nova enganação
Que ilusória a aparência que nos cobre.
Cansei da insistente perda de tempo
Que verdade agora vai me conquistar?
Estou matando tudo que temo
Abrindo as portas ao que vai me libertar.
De olhos bem abertos, o mundo não vai me controlar
De mente bem aberta, não há barreira que me faça parar.

Yáskara Fabíola
Poetisa

No more empty


Quando nada pode ser tão vazio
Quanto o silêncio da ausência...
Tão sozinha em meu desprezo
Sou o resultado da cruel abstinência
Do amor e outras drogas,
Que hoje me atacam sem socego
Contrariando minhas crenças
Contrariando meu desespero,
Sou um desastroso desapego.

Suas palavras são a síntese
Daquilo que me cura facilmente
Hoje sou imposta ao que recusei
Ao que hoje me conquista veemente,
Ao que hoje desejo permanente.
Sou o resultado confuso de mil ideias
Tão bagunçadas pela segurança
Que me causa o embalo em seus braços.

E quando nada pode ser tão vazio
Quanto o silêncio da solidão...
Compreendo que agora abstenho-me
Da antiga independência que me fazia,
E entrego-me totalmente em sua mão.

Yáskara Fabíola
Poetisa

sábado, 26 de janeiro de 2013

Persistência


 Ainda havia uma flor solitária no campo sombrio devastado
Pairava no ar um perfume
A esperança relutava insistente
Ao sono resistia teimoso
O homem magro e faminto abriu novamente os olhos
E se pôs outra vez de pé

Ainda brilhava uma estrela naquele céu obscuro
Havia frestas de luz na beleza que o breu escondia
E no peito daquele velho cansado
Embora adormecida se camuflasse
Aquela ferida ainda ardia,
O câncer continuou espalhado
Em sua voz de nostalgia.

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Cadeado



Livre, preso em casa
Amedrontado pelos transeuntes
Entrecruzando-se ensimesmados

Livre, Faço – me de carcereiro
Do meu lar
Sair pelo direito assegurado,
[De ir e vir
Recuso-me
Pelo direito de ir e conseguir voltar
[de quem parti.

Engrosso a multidão de encarcerados
Da Cadeia evolutiva.
Da Cadeia nacional.
Da Cadeia trófica.
De uma Cadeia alimentar,
Onde se nutri das aspirações
[Alheias
e a antropofagia é banal.

A detenção dos sentimentos
Faz-nos racionais
?
Suprimir desejos
Prender-se por vontade
_E jogar a chave
Somos independentes para não
Fazê-lo_

Vigio os outros, começando por mim.
Não durmo mais.
Somente nos sonhos
[se é livre].
O perigo insiste.


Rayane Andrade
Poetisa

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Por um fio

Perdendo...
O ar, por uma fumaça pura.
A calma, por uma agonia que cura.

Ansiando...
Por uma sombra,
Por um frio,
Por um sol que nasça,
Por uma fala.

Ganhando...
A corrida, por uma légua a mais.
A batalha, por um grito a menos.
A paz, por uma luta justa.
A salvação, por uma causa perdida.

Entregando...
O cansaço, por uma recompensa.
A tristeza, por um sorriso.
O equilíbrio, por um fio.


Rachel Nunes
Poetisa

A praga

Destruamos bibliotecas
Alcovas dos inquietos,
Indivíduos perigosíssimos.
Construamos em seu sítio baldio
Os templos religiosos,
Incomodarão menos que uma pedra no sapato impecável.
Vamos desabrigar esses poetas
Que ameaçam,
Que blasfemam,
Que atentam contra a sobrevivência
E falam sobre uma tal vida.

Eliano Silva
Poeta

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Esconderijo

Esconderijo
Tento esconder-me
Enquanto na minha mente
Pensamentos entram em combustão
O mais sensato é fugir de repente
E guardar as ideias numa prisão

Fugir
Não para tão longe assim
O mais longe que posso ir
É fugir para dentro de mim
Até que as chamas virem gelo.

Bianca Felipe
Poetisa

domingo, 13 de janeiro de 2013

Fixação da forma

A forma não informa
não forma a poesia
a forma não informa
a mente vazia
nem toda forma
é vazia
mas forma que informa
é rebeldia
minha forma é cheia
de poesia
minha poesia anseia
a mente vazia

Erick Silva
Poeta

sábado, 12 de janeiro de 2013

Perdida

Pensamentos
apressados
preocupando-me
pressionando-me
tocando-me
tique-taqueando-me
tirando-me
o sono
o saco
o saber
o são
pensamento
apressado
preocupando-me...

E se for perguntar onde estou
estou correndo
atrás do fim
sobrevivendo
em busca de mim.

Bianca Felipe
Poetisa