quarta-feira, 27 de março de 2013

Eu Nunca Disse Adeus



Pra não dizer que nunca houve amor,
Mantenho guardado teu retrato junto ao meu;
Teu sorriso fazendo ruído em meu sossego...
Pra não dizer que nunca houve amor,
Escrevi-te versos que nunca foram seus –
Ficaram rabiscados em papel comum,
Querendo e não querendo seu desdém.
Pra não dizer que nunca houve amor,
Ficou o adeus nunca dito.
Silabado.
Sepultado em teu altar.


Rayane Medeiros,
Poetisa

sexta-feira, 22 de março de 2013

Demitir deus

Por algumas horas passei com o jornal a mão
Ruas frias e neblinais
Carregam os sois para alguns
e as penumbras para outros

Noite anterior
Recostado na escada
Meia volta no meu progenitor,
Eu Já estava na casca
Sendo Aparado com ela
Lambendo os lábios a sangue

Decidi não argumentar
Parar hoje
ou espalhar

Apertos destrutivos na pele
Caixa tarraxa semi-descoberta
Sera por amor
e não pela descoberta
Sera pela abertura no meu queixo
e não pela descoberta

Choro encima da tua rua
Choro encima do teu caixão
Choro encima da tua coberta
Choro em meio a submissão

é melhor levar a velha praga consigo
senão ao passear nas ruas
verei rostos descolados
e muitos filhos disso

Passeando nos seus carrinhos de bebe

é plausível levar a praga consigo

o encontrei quando dava meus últimos passos naquela rua
olhou-me com gracejo
coçava sua barba mal feita

Amassei o jornal e lhe joguei no rosto
Afinal não moramos um no outro
Apenas namoramos quando está perto de dormir

Passei por ele e sorri
Eu o demiti
Eu o Demiti

Max Rafael
Poeta

quarta-feira, 20 de março de 2013

Inevitável

Flores coloridas
Suspendem a alma, quando se está frágil.
Aí surgem uns perfumes meio loucos
De algodão doce
Com erva cidreira e capim santo.
Até borboleta amarela assusta, nessas horas.
O vento no rosto lembra uma macieira,
Uma cahoeira
Lembra o gato falecido a um ano de gripe incurável.

Flores coloridas,
Suspendem a alma
Quando se está frágil!
Estou suspensa num fio de teia de aranha,
Como se me balançassem de rede debaixo de um pé de laranja.
Se a sanidade resolver me visitar,
Juro, comprarei tintas da cor do mar!
Farei delas o alvorecer
Na sala de estar
E para o gran finale,
Pintarei um cururu de colan e de tutu
Fazendo cambrê
Contra a maré
De urubus!

Ana Luíza Dantas Lira 
Poetisa

sábado, 16 de março de 2013

Autor desconhecido


Desconheço esse ser
Que em madrugadas solitárias me visita;
O que queres de mim além do que posso lhe dar?
Qual a razão disso tudo?
Estou a fartar-me dessa criatura noturna!
Trazes contigo seus beijos inebriados,
Seu riso jocoso de quem pouco se importa.
Às vezes não lhe quero por perto;
Há razões, porém, para lhe ter presente.
Quem sou eu nessas madrugadas?
Um interprete dos orgasmos alheios?
Escravo dos desejos de outrem (?)...
Sou um dependente químico,
Que anseia na química do poema
Uma válvula de escape dessa realidade.
Os versos que escrevo já não são meus,
Pertencem a outra criatura, outro ser, outro eu.
A dor que eu sentia já me foi curada...
Sigo escrevendo palavras estranhas.
Escrevo, escrevo, escrevo...
E ao término do meu martírio
Percebo que aquelas mãos sob o papel,
Eram as mãos de um autor maldito,
Um funesto ser – que ninguém mais conhecia,
Que ninguém mais sabia, que ninguém mais via...
Pois só ele em mim, e eu nele, existia!

Luiz Luz
Poeta 

quinta-feira, 14 de março de 2013

Negro Gato

















Se por acaso deus me fizesse
Da mesma matéria que a tua
Sete vidas eu teria
E sete vezes morreria
Por sete vezes eu seria
O mesmo ser que sou agora
Sonhei que, por acaso, eu me criava
Do mesmo barro que o teu
E ao refletir-me em teu espelho
Tive assim, por devaneio
Sete razões para sofrer
Pois me lembrava de outras vidas
Outras ilusões, outras histórias
Sete vidas passadas,
Sete feridas abertas,
Sete poemas escritos,
Sete noites em claro,
Muitos momentos aflitos
E aqui, face a face,
Sei que escutas meus gemidos
Não quero ser como tu
Negro gato noturno
Que sete vidas carrega
E sofre sozinho no escuro,
Pois que uma vida só já basta
Para toda a dor que me cerca. 

Vestígios

Mas era poesia
eu pensei que era tédio
Tinha uma longa cronologia

Tinha vestígios de arte na calmaria.
Tinha o eco do silêncio
a sinfonia da poeira repousando sobre os livros

Tinha a penumbra

Tinha uma garrafa de vinho
um pardal levando gravetos pro seu ninho
Tinha um chambre seu

Tinha Quintana
Tinha Neruda
Tinha Caio Fernando Abreu

Tinha uma lenta cronologia
eu pensei que era tédio
mas era poesia

Eliano Silva

Poeta

Minorias



Somos minorias
Vivemos humilhados
Por muitas teorias
Sempre rechaçados

Nossas práticas
Diferem do padrão
Daqueles que apáticos
Vivem em submissão

Assim, perseguidos
Por nossas ações,
Não tendo seguido
Suas instruções...

Ficamos pessimistas
Quanta infelicidade!
Como ser ativista
Sem ter liberdade?

Alan Romel
Poeta

Sexo frágil é seu pensamento

Pela delicadeza com forma de rigidez
Sexo frágil é seu pensamento.
Mulher é sem entendimento
Não tente descrever.

Exemplo de lutas constantes,
Guerras mirabolantes.
Mulher, ser hiper pensante
Da vida é a maior amante.

Este é o seu dia INTERNACIONAL,
Mas todos os dias, és especial!
Sexo frágil é seu pensamento,
Se pensar que não, eu lamento.

Mulher em forma de rosa,
Mulher em forma de poesia ...
Mulher é a forma do amor,
Seu dia, é todos os dias.


Fernanda Fernandes
Poetisa


asfds

Memórias

Registros primórdios
Trazendo consigo histórias felizes
Histórias tristes e deprimentes
A minha tem uma forma particular de me trazer emoções.

Tem também uma forma particular de captar o que acontece a minha volta
Me mostrar um dos primeiros momentos felizes
Traz também, um dos que me faz sentir remorso
Talvez o pior deles.

A maioria delas é feliz, bonita
Me traz plenitude
E sei, essas são eternas
Vão morar pra sempre comigo.

Memórias, antes de tudo
Um álbum particular
Com detalhes e nuances individuais
Memórias, não se percam durante a vida
Deixem meus dias sombrios mais iluminados.

Najlla Mirelle Vaz
Poetisa

Loucura


No escuro do meu quarto,
deitada sobre a cama,
penso ouvir vozes.
Ontem mesmo
imaginei que alguém
entrava em meus sonhos,
me atormentava.
Chorei de medo.
Ando ou não ando um tanto estranha? 


Renata Rabelo
Poetisa

Não temas, coração.


Um gole gelado de cerveja
Um pensamento
e estou a escrever sobre temer.
Não temas as borboletas
Não temas a lua
Não temas a vida, nada é em vão.
O maior mal que estes podem te fazer
é lembrar a solidão que se manifesta
pela noite e pousa com o vento da saudade
em nosso coração.
 
Ariany do Vale
Poetisa

quarta-feira, 13 de março de 2013

Filhote de passarinho

Filhote de passarinho
Voou de casa,
Perdeu seu ninho.
Quebrou as asas,
E sangrou.
Perdeu a vida,
Lamentou.



Renata Rabelo
Poetisa

sexta-feira, 8 de março de 2013

Se acaso falei das flores

Companheira,
Se acaso falei das flores,
Era de sua existência,
Perfumando nossas lutas,
Que eu queria falar...
Pois sem você não há flores,
- Nem revolução faz sentido.

Luiz Luz
Poeta

sexta-feira, 1 de março de 2013

Sentimentos

Sentimentos são como o vento
Não sabemos bem de onde vem
Mas todos o sentimos.

Pode ser como uma suave brisa, um beijo no rosto de sua mãe
Pode ser como um tornado, que sempre que passa destrói alguma coisa em você.

Seria bom se um completasse o outro
Se não houvesse devastação
Mas se houver, sempre haverá um amigo trazendo a calmaria e a brisa suave.


Najlla Mirelle Vaz
Poetisa