quarta-feira, 20 de março de 2013

Inevitável

Flores coloridas
Suspendem a alma, quando se está frágil.
Aí surgem uns perfumes meio loucos
De algodão doce
Com erva cidreira e capim santo.
Até borboleta amarela assusta, nessas horas.
O vento no rosto lembra uma macieira,
Uma cahoeira
Lembra o gato falecido a um ano de gripe incurável.

Flores coloridas,
Suspendem a alma
Quando se está frágil!
Estou suspensa num fio de teia de aranha,
Como se me balançassem de rede debaixo de um pé de laranja.
Se a sanidade resolver me visitar,
Juro, comprarei tintas da cor do mar!
Farei delas o alvorecer
Na sala de estar
E para o gran finale,
Pintarei um cururu de colan e de tutu
Fazendo cambrê
Contra a maré
De urubus!

Ana Luíza Dantas Lira 
Poetisa

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