domingo, 12 de janeiro de 2014

Poema de amor louco


Para o velho Buk.



Eu que muito tenho bebido;
Que às vezes desejo um trago;
Que muito tenho mentido e
Me enganado.   

Eu que me tenho abandonado;
Que às vezes aludido
Não me encontro em mim mesmo;
Que ando a esmo;
Entre os olhares compassivos.

Eu que entre pernas estrangeiras
Viro bicho,
Viro gozo;
Que muito tenho me iludido
em camas avulsas.
Eu que nos bares afogo maus amores
Sugando bocas ébrias.

Eu que me sufoco enlouquecido
Das brigas que evitei resignado;
Das vezes que não quebrei os vidros;
Do sangue que engoli estancado.

Eu que entre um desdém e outro
Visto-me em amargura
E profanação.
Eu que em pelo e verso
Sou inflamável.

Eu que desvivo em mim;
Ao me procurar nos corpos alheios;
Eu que já não tenho freios;
Gozo a vida até o fim.


Bruno Radner/Rayane Medeiros
Poetas

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