sábado, 16 de novembro de 2013

Eterno Passageiro


Pungente a ânsia cruel do desejo,
Incessante a sede efêmera do querer,
Encontra abrigo no inconsolado peito,
Alimenta-se da fonte perene do não-ser
Basta avistar seu objeto para inflamá-lo,
Para encorajá-lo sôfrego à ilusão
Julga-se infindo, mesmo tresloucado
Pois se és volúvel, ignora sua condição
Tolhida a força brutal desse anseio
Tal qual brasa no cinzeiro a esvanecer
Um axioma injusto, porém verdadeiro:
Quanto mais desejamos, menos podemos ter.

Bruno Radner

Poeta

Nenhum comentário:

Postar um comentário