terça-feira, 18 de setembro de 2012

Diálogo de suspiros


ELE:

Sob esta noite de estrelas,
Abro meus braços ao mar
Que reluz como negro ouro
E lanço meus beijos ao vento,
Na esperança de que cheguem
Até bem perto de ti.

ELA:

Que, ao sentires a brisa a te tocar,
Possas desfrutar do calor dos meus lábios
Acariciando a tua aveludada pele,
Saldando a dívida que a cruel saudade
Alimentou, incessantemente, nos porões
Das nossas almas enamoradas...

ELE:

Oh, meu amor…
Sei-te longe, mas sinto-te perto!

São teus braços que me amparam
Na solidão da noite escura,
São tuas brandas carícias
Que sorrisos dão ao meus dias,
São tuas doces palavras
Que inundam a amargura
De meus tristes sonhos!…

E em inquietações desperto,
Por ti procurando, a meu lado,
Na emudecida frieza do leito
Feito de lágrimas e de suspiros.

Um dia, amor, um dia…
Segredar-te-ei cada eco
Que ribomba em meu coração
E, com rimas que só eu sei,
Erigirei o derradeiro poema,
Aquele que, entre sussurros,
Dirá o quanto eu te amo,
O quanto eu anseio
Pela luz do teu olhar.

ELA:

Não temas as noites frias, meu amor,
Pois, para cada suspiro teu,
O meu afago mais sincero;
Para cada lágrima tua,
Um verso meu de conforto,
Uma nota de saudade –
Aquela que só aumenta o desejo
De te ter em meus braços,
Acalentando cada sussurro
Desse teu cintilante coração
Que, ao chamar por mim,
Descompassa o ritmo do meu.

Também te sinto perto, amor meu...
Mesmo que a distância insista
Em nos desafiar; mas… não temas!
Desta batalha vencedores seremos!
E, como doce recompensa,
O mais puro dos sentimentos
Nos concederá a sua companhia,
Pelo resto de nossas existências.

Lavínia Lins & Pedro Belo Clara
Poetas

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