terça-feira, 18 de outubro de 2011

Fendas


Me flagrei a vagar por entre ruas,
Velhas conhecidas minhas... 
De outros tempos,
Das fendas tuas.

Fui ao teu encontro –
             Inconsciente
E na tua varanda,
Saboreei ainda ébrio,
Lembranças tímidas
Que de ti persistem,
Traidoras do meu ego.

Não sei se me viste,
E despiu-se da amargura
Ou me desprezaste,
Ignorastes-me...
Entretanto a vi,
E a imaginei a meu modo –
                                   Torto
                                   Indisciplinado,
E sucumbi às paixões que tu exala.

Embrenho-me em tuas lacunas
E a faço real em meras fantasias ...
És meu capricho,
Meu inverso,
Meu tormento...
Castelo de areia que se arruinou
Em meu frenesi.

Rayane Medeiros
Poetisa

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