terça-feira, 17 de setembro de 2013

A mais virgem das mulheres


Cada uma é virgem do que pode
Ela era dos olhos.
Os olhos eram só seus, seu corpo era do mundo
Mas ela era a mais virgem das mulheres

Lia Pessoa por gosto
Bukowski, para o melhor exercício da profissão
Mas o que lia não importava
O que importa são as histórias que as unhas escrevem em suas costas
O braile do branco seco em suas roupas

Isso importa, isso sim é poesia concreta
Concreta. Dura.
Arranha se você tem a cara esfregada nela
Poesia c-o-n-c-r-e-t-a
O Pulsar que ela conhecia era outro.

Ela era a mais virgem das mulheres
Virgem de olhos, mulher de tudo.

Kauê Pereira
Poeta

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