segunda-feira, 23 de setembro de 2013
Teu corpo ou Ode à Solidão
Para M., um poema necessário.
Teu corpo é senda, solidão,
Estrada de amanhãs não percorridos,
Tempos fugidios, lábios sofridos,
Doce plenitude, céu e trapézio espiritual...
Teu corpo é chama – fogo, é um animal
A galopar na alma em puro abismo.
Teu corpo é caminho, veredas bifurcadas,
Corpo de plena carne devorada,
Sangue e suor, minha ferida aberta,
Chagas de mim – ancestrais e quimera...
Minha ilusão no corpo ressentida,
Corpo e corpo – carne amiga.
Teu corpo é mais que um corpo –
É sideral caminho de estrelas –
É corpo num corpo todo,
Estranha forma de areia...
Lembrança em noite esquecida,
Corpo de febre enternecida...
Chama de amanhãs nunca vistos,
Luas de noites inexploradas,
Sóis nos olhos – pupilas dilatadas,
Sonhos vorazes engolindo versos,
Senhas da morte, da vida em ternos
Símbolos – nuvens enfileiradas.
Corpo do corpo – mais que um ser,
Sombra na tarde quase morta,
Mistério atroz, essa inglória
Morada do teu viver...
Corpo de nós – e no outro, tão sereno
Dilema ancestral do corpo intenso...
Mário Gerson
Poeta
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Versos líricos que canta e encanta nossa alma.
ResponderExcluirParabéns!
Obrigado, Neneca! Vamos juntos!
ResponderExcluirGrande poeta. Parabéns.
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