segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Cabeça Popular



Falo, falo, falo sem ter o que dizer,
A ler um livro, prefiro até morrer.
Faço mistério porque preciso me esconder...
É que me disseram que tenho muito o que aprender.
Critico aquela professora cética
Com argumentos recheados de uma futilidade fétida.
Me olho no espelho e vejo um corpo interessante,
Mas acho que esqueci a inteligência em alguma estante.
Gosto da mania de falar mais do que ouvir,
Sei que sou ridículo, mas, pelo menos, alguém ri.
Dramatizo pros meus amigos algum amor fingido,
Miséria ou guerra; não ligo se eu não for atingido.
Ouvi em algum lugar que o mundo vai acabar,
Hora de correr pra igreja pra Jesus me salvar.
Não sei quem sou, eu deixo a mídia ditar.
Fui a uma festa popular e esqueci o vestibular.
E se dizem que no futuro eu vou me ferrar,
O pastor disse que o futuro pode nem chegar.

Yáskara Fabíola
Poetisa

Um comentário:

  1. Muito bom! Adorei a ironia e o sarcasmo subjacentes a cada verso... Um meio de reflexão, sem dúvida, como todo o poema deve ser...
    Beijos poéticos.

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