VII
Igual a um caracol
Sinto-me alheio,
Desafiando os dilemas do eu,
Desertor do Ego
Que me distrai,
Colecionador de símbolos,
Ais.
Quero sempre beijar-te,
Mesmo ao longe, devagar...
Quero expelir-te nesta tarde;
Quero aprisionar-te, te devorar.
Que não me peças – como a um estranho –
As mesmas loucuras, os mesmos danos...
Oh, minha musa infernal que me massacra,
Arranque-me este coração com uma faca!
Sim, meus silogismos mais secretos me pranteiam,
Choram por ver-me aprisionado
Num olhar de alguém e contrariado
Pelo Todo, pelo que anseio!
Ah, minha solidão pequena!
Quero morder-te a língua,
Quero cortar-lhe os pulsos,
Quero apaziguar-te a vida,
Afago absoluto!
Ah, minha solidão tão minha!
Acompanhas-me como um mau hábito!
Amedrontas-me – descalabro –,
Interior preenchido pelo inevitável!
Quero divinizar-te os pecados mais remotos!
Quero anunciar-te as fantasias mais profundas!
Quero atingir-te os prazeres mais inglórios!
Quero jogar-te sobre as espumas!
Quero alienar-te nas falas mais mesquinhas
E ignorar-te nas esquinas!
Ilustração: A morte do filósofo Sêneca.
A alegria de ler-te com calma, delongar estes versos, saborear de tua energia. Eis que seja bem-vindo, amigo, que traga a luz destes silogismos, pois te descobri. Um abraço e muito obrigado.
ResponderExcluirLeonardo, meu amigo. Obrigado por sua leitura. Espero que vocês consigam fazer o que fizemos aqui, um blog voltado para a poesia, somente. Um espaço onde esquecemos do tumulto do mundo e da vida. Seja sempre bem-vindo aqui aos Novos Poetas e colabore conosco! Valeu mesmo e vamos mudar a cara da literatura brasileira!
ResponderExcluirMandei-lhe um e-mail no sentido de colaborar... Agradecendo, já me sinto acolhido aqui.
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