segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Aquela mulher


Abres o olho...
Há tanto ao seu redor.
Já não sentes mais o gosto,
O amargo do mel.

Já não há cartas.
Nem rabiscos nos papéis...
Não há nas estradas
As marcas dos teus pés.

Não, não sinto nada,
Nem mesmo uma mágoa.
Sozinho, calado,
Como quem nada quer...

Espero na estrada,
Na sombra das arvores,
No sol ou na chuva,
Aquela mulher

Que de braços abertos -
Como eras, assim, -
Só eu sei como dói
Não te ter perto de mim.

Já não cabe mais nada;
Sou caixa fechada,
Baú jogado no tempo,
Em um buraco sem fim...


Thiago Rafael
Poeta

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