segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Persistência



Ainda havia uma flor solitária no campo sombrio devastado
Pairava no ar um perfume
A esperança relutava insistente
Ao sono resistia teimoso
O homem magro e faminto abriu novamente os olhos
E se pôs outra vez de pé

Ainda brilhava uma estrela naquele céu obscuro
Havia frestas de luz na beleza que o breu escondia
E no peito daquele velho cansado
Embora adormecida se camuflasse
Aquela ferida ainda ardia,
O câncer continuou espalhado
Em sua voz de nostalgia.


Ellen Dias
Poetisa

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