terça-feira, 5 de junho de 2012

Acaso




A liberdade o roubou de mim,
Me deixando entregue à sorte,
Aos dias infindáveis de inverno.
Levou-me os sonhos,
Os discos,
As flores colhidas no jardim.


A liberdade deixou-me a conversa inacabada;
O riso silenciado,
O beijo não saciado.
Levou-me não somente planos,
Mas parte do que jamais serei;
O  equilíbrio cobiçado pelos insanos.


A liberdade o cortejou
Para lançar-lhe ao pecado dos insaciáveis,
Deixando-me às diretrizes do acaso.
Levou-me o olhar ingênuo,
Restando somente o indiscreto e preciso;
O aventurar-se comum dos insensatos.


A liberdade o roubou de mim,
Deixando-me o vazio,
O vento frio no cabelo arredio.
Levou-me
e fez do permissível,
 minha prisão sem amarras.
Levou-me a vida,
levou-me de mim.




Rayane Medeiros
Poetisa

2 comentários:

  1. Lindo, leve, elegante, musical...
    parabéns,
    rubem obelar

    p.s.: caso disponha de tempo, leia, comente, participe do blog...http://robelar.blogspot.com.br/
    (poesia, informação, música, cultura enfim)

    ResponderExcluir