Eu vejo um navio naufragado,
À deriva em um passado remoto,
Afogando-se em sonhos e mágoas
Nas lágrimas de um maremoto.
Quando fecho os olhos encontro o navio,
Imponente nas profundezas
Das águas emanadas de sonhos
Arrastados pela correnteza.
Nado contra maré e ainda vejo o navio,
Metafórico no fundo do mar,
E tento livrar-me desta imagem
Que insiste em me afogar.
Eu vejo sempre um navio
Um navio no fundo do mar
Um navio de sonhos nostálgicos
Que já não se pode tocar.
Ana Rita Lira
Poetisa
Imagem: "O Navio, 1934-1935" -
Salvador Dali.
A Vida tem seus ciclos... Necessitamos de os aceitar e entender. Soltando, ficaremos mais livres e afastaremos de nós o inútil sofrimento.
ResponderExcluirMais um bom poema. Continue trilhando as vias de seu desenvolvimento, não só como a pessoa que é, mas também como a poetisa que, eventualmente, pretenderá ser.
Beijos.
É verdade, o sofrimento é inútil, mas muitas vezes é inevitável, cabe a nós sabermos a hora certa de tentar livrar-nos dele, pois, se não o fizermos, ele pode nos destruir por completo.
ExcluirAgradeço a leitura e o comentário, Pedro.
Abraços.
Muito belo poema, Ana!
ResponderExcluirObrigada, Mário! Fico grata pela leitura.
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