sábado, 16 de junho de 2012

Adeus poesia



Cansei-me!
Das rimas e dos versos;
isso não me interessa mais.
Adeus caderninho,
foste fiel a cada momento.
Não me entendas mal;
esta vida nunca me pertenceu,
dela não sentirei falta.
Noites em claro,
silêncio e solidão;
como pode alguém
disto gostar?
Não, não, não...
Já me chega o cansaço
da labuta diária;
a mim me basta isso.
Quero ter uma vida normal;
sem precisar olhar o céu
para fazer algo produtivo.
As ondas do mar
já não dizem nada.
O vento emudeceu-se.
Nem girassóis conseguem
chamar minha atenção.
Mas se um dia eu desconfiar,
que seu olhar me procura;
talvez eu volte ao que era.
Posso começar por bilhetinhos;
se não surtirem efeito,
sou capaz de fazer um soneto.
Até arriscaria um cordel,
se isso te alcançasse.
Sinto lhe dizer, minha querida,
mas o único lugar,
onde a poesia faz morada
ainda são teus olhos...
E por teu olhar, eu,
voltaria a ser poeta.


Luiz Luz
Poeta

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