quinta-feira, 22 de setembro de 2011

O cheiro da morte
















Era quase novembro
E seu peito já sentia o frio mais presente
Seus lábios sentiam a saudade mais intensa
E seu corpo sentia aquela ausência ainda mais ardente
As folhas que os galhos soltavam nas ruas
Deixava-as ainda mais entristecidas
Ruas vazias de gente
Cobertas de folhas sem vida
Um cheiro intenso e por vezes familiar
Invadia seus sentidos
Um cheiro que entrava pelos poros, boca, nariz e ouvidos
Quase um dejavu
Como um retrato do tempo emoldurado pela vida
Era o cheiro da morte traduzido em tudo
Nas folhas que caíam ao chão
No vento que arrasta outros odores
No perfume embalsamado de algumas flores
Nos troncos de algumas árvores
Ou mesmo em seus galhos podres
Não sabia de onde vinha, mas ainda assim reconhecia
Aquele cheiro incomum
O cheiro da morte
Presente em pequenos pedaços de nostalgia.

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