segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Observador errante

Do reflexo no espelho do corte da porta
Alumia-se a guisa de um relâmpago claro,
Luz e brisa vacilam na parede torta
A lâmpada tremeluz-se num só disparo
E gotas transpassam no telhado vazado
A sombra disfarça o que escapa a pouca luz
O rubro na parede escorre libertado
A intempérie triste um relâmpago produz
O abajur solitário fica inconsolado
Parece clarear apenas parte do corpo
Inerme e sob a chuva intensa no telhado
Reflete uma luz o espelho vivo no morto
Pois que se tal carcaça expirou num só instante
Foi sob os olhos de um observador errante

Jorge Witt
Poeta

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