domingo, 7 de agosto de 2011

Alheio




Meu mundo é o pecado que cometo
A cada passo mal dado,
Cada sussurro abafado.
É o dia que se finda em outro dia,
Em outras mãos
Extasiado -
Sem compaixão

Meu mundo é o abismo que retalho,
Onde mergulho,
Instigado
Em teus segredos...
Onde devoro -
Em longas doses -
O sabor ardente de teus desejos.

Meu mundo é uma estrada adversa,
Onde sigo às pressas,
A largos passos,
À procura de outros braços
Que me envolvam,
Que me enlacem
E em mim dissolvam.

Meu mundo é Alheio,
Instável -
E vaga, insaciável,
Para encontrar-se com o seu.
Meu mundo jaz em outro mundo
E agita-se,
Eufórico,
Num findar-se profundo.


Rayane Medeiros
Poetisa

Um comentário:

  1. Rayane, muito lindo esse poema, além de apresentar uma madureza poética simplesmente admirável. Parabéns.

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