À todos que não são ninguém
Cuspi na face de quem amava
Beijei com gosto quem odiava
Sussurrei no ouvido de um surdo
Gritei interrompendo um mudo
Subi em baixo da escada
Desci por cima da sacada
Tirei a roupa despido
De barriga cheia sem ter comido
Bati asas no subterrâneo
Energizado a urânio
Liguei pra mim desocupado
Não atendi desinteressado
Costurei cuidadosamente a boca sem linha
Falei ao teria a respeito do tinha
Nessa existência faleci a vida inteira
Com espaço no centro andava na beira
Fui todo tempo o que não era
Era todo tempo a frustração do que não tinha sido
Morri exatamente no dia que havia nascido
Genial, como sempre, esse Samuelzinho!!
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirO garoto está se mostrando cada vez mais! É isso mesmo Samuel, vamos mais!
ResponderExcluirMuito bom mesmo!
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