Divago, de vagar, sobre andar
E amar, verbos intransitáveis,
Jornadas de difícil caminhar.
Entre o céu e o mar bravio
Desvario, vazio, navio
À deriva sem porto, sem mestre,
Sem destino, desatino – sou eu
Ou a minha sina de ir e vir
Sertaneja que caça espaços
Abertos longes e pertos, para
Não ficar e se converter numa
Estátua de sal, amarga e
Ressentida por estar e não ser,
Enxergar e não ver, ser ou não ser?
Traços dos meus passos, malmequeres
Despetalados, papéis de cartas
Marcadas com lágrimas e furor
Jazidas entre as paginas de um
Diário com folhas em branco,
Denunciam, mais que testemunham
O mau ofício caminheiro:
Não sou quando estou, ausento-me
Quando estou perdidamente só.
Pedro Simões
Poeta
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