segunda-feira, 11 de julho de 2011

Abatedouro

O portão foi aberto
O animal em desabalada corrida
Chocava-se contra as paredes
As pessoas vibravam possuídas
Crianças, adultos, velhos
Ironizavam a batalha já perdida

O animal desesperado salivava
Enquanto a arma era afiada
Olhos apreensivos, atentos
A criatura pesada fora derrubada
Pelas lâminas e zombarias
As carnes tremiam de morte agonizada

Pegadas num mar de sangue
Tudo era feito sem pesar, até sorriam
Mulheres lavavam vísceras
Os cachorros fugiam com o que lhes cabiam
Moedas misturavam-se a miolos
Que pelos recantos surgiam

Todos evacuaram
Deixando para trás
Dejetos, carcaças
Brutal e primitivamente assaz
O espetáculo fora finalizado
Ao lamurio de gatos e batidas de pás

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