segunda-feira, 18 de julho de 2011
Fugaz
Se não for pra ser eterno,
Que nos seja prazeroso,
Intenso,
Ofegante como ondas em mar aberto.
Se não for pra ser eterno,
Que ao menos na memória nos fique,
Enquanto as recordações nos fizer felizes
E outro amor não nos visite.
Se não for pra ser eterno,
Que nos seja acolhedor,
Sincero,
Como carinho quente em noites de inverno.
Se não for pra ser eterno,
Que nos seja arrebatador,
Impulsivo,
E nos furte sem culpa o pudor.
Se não for pra ser eterno,
Que nos seja embriagador
Como um veneno traiçoeiro e devastador,
Mesmo que não seja amor...
Rayane Medeiros
Poetisa
Ofício de poeta
Sob o julgo da pena
Recai o peso de todas as noites
E os amargos dissabores
Ganham ainda mais penar...
Sou poeta do desgosto
Que eu não sei silenciar.
A palavra rompe, então,
A noite, o peito, a solidão.
Expõe minhas vísceras
E desfaz o que está feito.
Não me deixa faltar o alimento
Do corpo, do espírito e do coração.
Sendo poeta, sou o mais perfeito
(Des)encontro de caminhos em contramão.
Sou armadilha de mim mesmo;
Sou as dores, as palavras e a contradição.
Camila Paula
Poetisa
Nós e outros seres
Opções expostas
Para o exemplo;
Agregam valores
Sobre o serviço...
- Tudo se desvenda
Sob negócios alheios.
Estão metendo a mão
Quando se reza.
E os olhos abertos
Não estão vendo...
- Subjugados seres
Sobre as promessas.
Passam fome e sede
Diante das conversas.
E eles se alienam perante o veneno
E a massa alheia vê novela,
Enquanto o corrupto exposto
Nos alimenta...
Pacífico Medeiros
Poeta
Incógnita
Assim, sem palavras, sem motivos, sem gestos!
Ela mexe comigo,
Mexe com meu ego.
Amor? Paixão?
Ou um simples sonho impossível?
Está em meus sonhos como uma névoa fria,
Que a realidade inebria.
Está em minha vida como uma incógnita,
Um desvio...
O eu palhaço, acético,
Já não sabe aonde ir...
Não há caminho que não me leve a ti,
Não há lugar onde pisem os teus pés
Que o meu ser não queira ir...
Ellen Dias
Poetisa
Poemas publicados na edição de domingo, 17, da GAZETA DO OESTE - caderno Expressão, página 7. Para colaborar, envie seu poema: mario.gerson@folha.com.br
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