terça-feira, 12 de julho de 2011

Fuga do Poema




Fugir,
Meu pobre poema,
Seco de alegria
Na mata da existência,
E transbordar
Esse nojo,
Posto que tudo
Indica que nada
Pode minha fuga...

Fugir,
Meu pobre poema,
É mais que me atirar
Na fenda deixada
Por tuas palavras
Codificadas
Nessa folha de papel.

Fugir,
Sempre neutro poema,
É confissão
Que ultrapassa
Teu neutro flagelo
Na pura citação do dia.

Fugir
Sempre,
Nada mais
Além da fuga
Que em meu
Poema
Se satisfaz.


Ilustração: Matisse - Ícaro

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