domingo, 31 de julho de 2011

Cupins

E os cupins se esbaldavam
Pelos ouvidos abriam caminhos
Marchando em filas com lentos passinhos
Aos poucos me esfarelavam

Foram me caindo as cascas
Corroídas, apodrecidas
Intragáveis, poluídas
De virtudes escassas

Quando todas tombaram
Restou o que sou
Um abismo que o diabo abençoou
Onde genocidas germinam

Lá se ouvia um gargalhar
Os cupins envenenados morriam
Agonizando sofriam
A risada tomava fôlego engolindo o ar


Já que só querem imagem
Nego-lhes o perdão
Piso no pescoço
Escarro no coração
Mastigo o cerebelo
Enveneno-os feito cupins
Que jazem ao chão

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